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5G vai permitir que máquinas “conversem entre si”.

A tecnologia foi uma das responsáveis por revolucionar as máquinas agrícolas nos últimos 40 anos e transformar o Brasil num dos principais fornecedores de alimentos do mundo, e vai alçar o país a patamares ainda mais altos com a internet móvel de quinta geração. O impacto do 5G nas máquinas agrícolas será considerável, além de agregar aos processos novos equipamentos.

A tecnologia vai possibilitar, por exemplo, a transmissão em tempo real de imagens em alta definição de plantações para acompanhamento a distância de uma equipe técnica, automação de processos, acompanhamento em tempo real das condições climáticas e análises do solo e saúde do que está plantado.

Em um exemplo prático, sensores conectados ao 5G podem medir a temperatura e avaliar as condições hídricas imediatamente na plantação, permitindo que os agricultores possam acionar a irrigação em uma determinada área, mesmo estando a quilômetros de distância. Ações como essa reduzem custos e ajudam a diminuir perdas na produção.

Pedro Estevão, vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), explica que a digitalização na agricultura eleva a produção de dados e, com isso, eleva também a capacidade de fazer gestão de frota e gestão agronômica, o que aumenta a produtividade como um todo.

“Hoje tem a Internet das Coisas e a experiência da digitalização só está começando. Depois de se aprofundar, abre a possibilidade de máquinas autônomas, máquinas inteligentes que captam dados da operação e do meio ambiente. Ela utiliza o próprio banco de dados dela ou vai na rede e verifica o banco de dados fora da máquina e toma decisão autônoma. Então, é um mundo de possibilidades”, destaca o vice-presidente da Abag. “Todas elas visam melhorar a produtividade, seja no sentido de economizar combustível, economizar insumos, defensivos, fertilizantes, ou fazer uma operação melhor e ajudar o meio ambiente. Você tem uma maior produtividade do maquinário em geral.”

A fim de otimizar a operação no campo, muitas máquinas agrícolas já estão sendo fabricadas preparadas para a Internet das Coisas (IoT), com sistemas informatizados que conversam entre si. Essas máquinas captam as informações de vários processos e outros maquinários e as correlacionam para gerar dados e análises a fim de melhorar as aplicações e eficiência.

Mesmo que o 5G esteja apenas começando no Brasil, a indústria do setor já produz sistemas que utilizam computadores de bordo, GPS agrícola, sistemas de controle automáticos e telemetria avançada.

Cláudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas Agrícolas (Simers), conta que já foram feitos avanços com o 4G e a entrada da quinta geração de internet móvel vai revolucionar a maneira com que se faz agricultura.

“Quanto mais tecnologia nós tivermos no campo, mais tecnologia nós vamos imprimir nas nossas máquinas. Nós estamos caminhando para que colheitadeiras trabalhem sem operadores, isso não está muito longe. Isso vai ser um ganho muito grande para a agricultura. Imagine, o cara está na fazenda dele, no escritório, e poderá manejar as máquinas para que elas trabalhem sem operador”, vislumbra Bier.

Luciano Stutz, presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel) explica que o 5G tem o potencial de mudar o setor produtivo como um todo, tanto na cidade como no campo.

“Você vai ter uma indústria que vai trabalhar com 5G, esse já vai poder operar um equipamento à distância, seja um drone, um semeador, seja uma máquina agrícola, se ele já tiver acesso ao 5G. Aquelas indústrias que se prevalecem de meios mecânicos, automatizados para fazerem seu processo produtivo se aproveitam do 5G na medida em que estão presentes”, destaca o presidente da Abrintel.

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