Em um período de 12 meses, a extração madeireira em territórios indígenas no Pará cresceu 11 vezes, saindo 158 hectares no período de agosto de 2019 a julho de 2020 para 1.720 hectares entre agosto de 2020 e julho de 2021, o que representa uma taxa de quase 1000%. É o que aponta o Sistema de Monitoramento da Exploração Madeirira (Simex), ferramenta da Rede Simex, formada pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e o Instituto Centro de Vida (ICV). As informações são do G1 Nacional.
No relatório anterior, que analisou os anos de 2019 e 2020, apenas a Terra Indígena Baú, no sudeste do Pará, havia sofrido extração madeireira. Já os dados mais recentes apontam que cinco territórios tiveram extração madeireira entre agosto de 2020 e julho de 2021, com destaque para Amanayé, localizada no município de Goianésia do Pará, que teve 73% de suas terras afetadas por essa atividade, o que corresponde 1.255 hectares.
“Embora presente no banco de dados de Terras Indígenas da Fundação Nacional do Índio (Funai), esse território ainda aguarda aprovação, o que o coloca ainda mais em risco”, diz o Imazon.
Os pesquisadores descobriram ainda que, entre agosto de 2020 e julho de 2021, foram explorados 57.079 hectares no Pará, um aumento de 14% em relação aos 50.139 hectares registrados no período anterior. Desses, 23.390 hectares tiveram extração sem autorização dos órgãos ambientais, representando 41% da extração total. Os dados indicam que a área total de atividade irregular diminuiu 15% desde o período anterior, quando 27.595 hectares foram explorados sem autorização.
Fonte: O Liberal