Seleção masculina garantiu presença na final após derrotar EUA
Da alegria à tristeza. O 12º dia em Chengdu testou o coração dos brasileiros com as semifinais do basquete masculino e do vôlei feminino, além oferecer a oportunidade de sentir de perto a hospitalidade chinesa.
Vitória histórica
Se adeus também foi feito para se dizer, então bye bye. Este era o dia que todos esperavam: semifinal do basquete masculino entre Brasil e Estados Unidos. Mesmo com toda a marra norte-americana no belo ginásio Fenghuanshan Sports Park, o Brasil dominou três dos quatro quartos e venceu por 95 a 82. O jogo foi tenso, principalmente no terceiro quarto, quando os Estados Unidos conseguiram diminuir uma vantagem de 14 pontos dos brasileiros para apenas dois pontos.
Os jogadores norte-americanos começaram a provocar. Mas a equipe brasileira voltou a abrir boa vantagem, após a defesa melhorar e as bolas de três pontos recomeçarem a cair. Adyel, armador do Pinheiros e cestinha do time com 20 pontos, respondeu à provocação com bolas de três, e os “gringos” sentiram.
“Jogar contra os Estados Unidos é sempre um prazer. Vemos como eles crescem, mas entramos com uma garra muito grande e queremos a medalha de qualquer forma. Conseguimos vencer mesmo com altos e baixos durante o jogo. Sobre a provocação, falo sempre que não desrespeito ninguém a troco de nada. Os caras bateram, falaram, perturbaram. Estávamos quietos, jogando nosso basquete e dando o nosso melhor. Quando acertei a sexta bola de três falei, ‘agora tenho que dar uma zoada’. Abrimos 15 pontos faltando dois minutos [para o final], virei para o banco e falei ‘game over’, e os caras não gostaram. Faz parte do jogo, eles provocaram e depois foram provocados”, declarou o talentoso e bem-humorado armador brasileiro.
Agora o Brasil busca a medalha de ouro contra a República Tcheca, que derrotou a Argentina. A partida será disputada a partir das 6h30 (horário de Brasília) do próximo (6).
E para acompanhar o vôlei?
Nem deu tempo de comemorar muito a vitória no basquete. Faltavam 30 minutos para o início da semifinal do vôlei feminino entre Brasil e Japão, e o Xipu Campus Gymnasium ficava a nove quilômetros de distância. Utilizando o transporte oficial teríamos que voltar à Vila dos Atletas para embarcar em outro ônibus, e teríamos apenas chances de ver o fim da partida.
Decidimos que pediríamos um táxi. Saímos junto com o público chinês, sempre sorridente e receptivo. Mas algo inesperado aconteceu. Um torcedor nos parabenizou pela vitória no basquete.
Perguntamos se ele poderia nos ajudar a buscar um táxi. Sem pestanejar, Chen nos ofereceu carona em um táxi que ele havia acabado de chamar.
Mesmo completamente fora da rota de sua residência, nosso novo amigo chinês fez questão de nos deixar na porta do ginásio e recusou dividir a conta do táxi. Após essa hospitalidade incrível, trocamos contato e combinamos de conversar mais nos dias de folga até voltarmos ao Brasil.
Jogo tenso e derrota
Quando conseguimos entrar no ginásio, o Brasil estava atrás do Japão no primeiro set. Mesmo reagindo e chegando a virar, as brasileiras acabaram perdendo por 27 a 25. A equipe reagiu nos dois sets seguintes, vencendo por 25 a 20 e 25 a 19.
O jogo encaminhava para um 3 a 1 até com certa tranquilidade, mas tudo mudou no quarto set. As japonesas foram quase perfeitas na defesa e as brasileiras passaram a errar mais, mesmo assim havia equilíbrio. Contudo, em um lance muito controverso o juiz de linha marcou lance favorável para o Brasil, mas a juíza principal chamou a responsabilidade e deu ponto para o Japão. A partir daí as brasileiras acabaram perdendo a cabeça.
O Brasil não conseguiu voltar para o jogo e acabou perdendo o set por 25 a 15 e o tiebrake por 15 a 9. A disputa pela medalha de bronze será a partir das 6h do próximo domingo contra a Polônia.
* Maurício Costa viajou como integrante da delegação da Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU). A entidade convidou a EBC para participar da cobertura durante os 17 dias de competição em Chengdu.