Zagueiro Victor Ramos, da Chapecoense e lateral-esquerdo Igor Cariús, do Sport, estão entre os investigados. Ministério Público de Goiás deflagrou nesta terça-feira a Operação Penalidade Máxima II.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou na manhã desta terça-feira (18) a Operação Penalidade Máxima II, que apura a organização criminosa suspeita de manipular resultados esportivos de jogos de futebol profissional, inclusive da Série A do Brasileirão. Confira quem são alguns dos alvos da segunda fase da operação:
- Victor Ramos, ex-Palmeiras, Vasco e Vitória, e atualmente zagueiro na Chapecoense;
- Igor Cariús, lateral-esquerdo do Sport Recife;
- Kevin Lomonaco️️️, jogador do Red Bull Bragantino;
- Gabriel Tota, jogador do Esporte Clube Juventude.
Em nota, o Sport de Recife e o Red Bull Bragantino se posicionaram. O Sport informou que “as condutas antidesportivas ferem princípios básicos e inegociáveis ao Clube, como a ética e moral, portanto, não condizem com a história do Sport”.
O Bragantino publicou um comunicado no site oficial e disse que “tem tolerância zero com qualquer atitude que possa ferir a idoneidade do esporte e vá contra os valores e dignidade de todos”
Há outros nomes, mas ainda não foram revelados pelo Ministério Público. Segundo o MP, o grupo é suspeito de ter manipulado pelo menos cinco jogos importantes do Campeonato Brasileiro de Futebol do ano passado, além de outras cinco partidas dos campeonatos regionais, incluindo os estaduais de Goiás, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e São Paulo.
O MPGO divulgou que estão sendo cumpridos 3 mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão em 16 municípios de 6 estados. Os mandados estão sendo cumpridos em Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana de Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).
Entenda como agia o grupo
O MPGO, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), já apurou que o grupo criminoso conseguiu manipular resultados de jogos de futebol após subornar jogadores. A investigação mostrou que os jogadores recebiam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para que realizassem ações específicas durante as partidas.
Na primeira fase, a investigação mostrou que o esquema funcionava da seguinte forma: os apostadores faziam propostas para atletas marcarem pênaltis nos primeiros tempos de cada jogo. Caso os jogadores aceitassem, era feito o pagamentos do “sinal”. Após a partida, caso o pênalti tivesse sido feito, os jogadores receberiam o restante do valor combinado.
Na segunda fase, o Ministério Público descobriu que o grupo investigado pedia também aos jogadores que eles tomassem cartões amarelo e vermelho, além do pedido para a derrota de um time.
De acordo com o MP, há indícios de que as condutas solicitadas aos jogadores tinham como objetivo que os investigados conseguissem altos lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas, usando, ainda, contas cadastradas em nome de terceiros para aumentar o retorno financeiro.
A investigação começou em novembro de 2022 após uma denúncia feita pelo próprio Vila Nova, que é vítima no esquema, segundo o MP.
Fonte: G1 Goiás